sábado, 11 de abril de 2009

A perda de um ente querido


A perda de um ente querido

:: Osvaldo Shimoda ::

O Dr. Morris Netherton, PHD em psicologia, criador da TVP (Terapia de Vida Passada), assim se referiu sobre a morte em seu livro Vida Passada - Uma abordagem psicoterápica: "A morte é o maior trauma sem solução. É a segunda maior experiência estressante em nossa vida, sendo o nascimento a primeira. A morte é o momento em que deixamos tudo por terminar. Se vem repentinamente, levamos a situação não resolvida para outra vida.

Inconscientemente, tentamos resolver o problema da vida passada na vida presente. Se morrermos numa longa, demorada agonia, levamos conosco os sentimentos de amargura e ressentimento que quase sempre acompanham tais situações. Mais cedo ou mais tarde, toda criança pergunta: por que tenho de morrer? Na maioria dos casos, continuamos fazendo a pergunta a vida inteira.
Quase todo filósofo lida com ela, e toda religião constrói boa parte de sua doutrina tentando respondê-la.

Em nossa época, a morte tornou-se um tipo de tabu, como o sexo para os vitorianos. Não sabemos o que dizer aos nossos moribundos, por isso lhes falamos como se tivessem no início da vida".

Concordo plenamente com o Dr. Netherton acerca da morte.
Apesar de tudo, o progresso e dos avanços tecnológicos, das mudanças sociais e da quebra dos costumes e de muitos tabus, não obstante, a morte ainda é vista como um tabu, principalmente, no mundo ocidental.

Sendo assim, ninguém gosta de pensar na morte. Acredito que as religiões ocidentais, em especial a católica, contribuíram bastante na mistificação, no temor à morte, no dia do juízo final, em ter que prestar contas a Deus após a nossa partida. Por outro lado, o materialismo defende a idéia de que "morreu, acabou tudo", e que "nunca mais" vamos ver os nossos entes queridos.
Mesmo para aqueles que acreditam na vida após a morte, na tese da reencarnação, as perguntas surgem de forma inevitável: para onde foi o meu ente querido? Como ele está? Quando eu morrer, será que vou me encontrar com ele? É possível me comunicar com ele?

Portanto, a morte de um ente querido gera sempre mudanças e reflexão.
Para os que sabem que a morte não é o fim, mas apenas uma separação temporária, fica mais fácil superar a dor da perda. Porém, para aqueles que não acreditam numa vida após a morte, a perda só faz aumentar a revolta, a angústia, o inconformismo.

Vale aqui citar um comentário de Dom Inácio de Loyola, jesuíta (da Companhia de Jesus), a respeito da fé: "Para quem acredita, nenhuma palavra é necessária; para quem não acredita, nenhuma palavra é possível".
Vale também dizer que nada é mais inútil do que a revolta. É preciso lembrar que nós não temos nenhum poder sobre a vida ou a morte.
O inconformismo, a lamentação, a evocação reiterada de quem se foi, a tristeza, a dor podem alcançar a alma do falecido e dificultar-lhe sua adaptação no plano espiritual.

Na TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) - A Terapia do Mentor Espiritual - Abordagem psicológica e espiritual breve, criada por mim, é frequente o paciente se comunicar com o seu mentor espiritual (ser desencarnado diretamente responsável pela nossa evolução espiritual) para saber a causa e a resolução de seus problemas, como também com os seus entes queridos desencarnados, caso a espiritualidade julgue útil, benéfico ao paciente.
Parentes desencarnados (pais, avós, tios, irmãos, etc.) aparecem para conversar com o paciente, orientando-o acerca de seus problemas.
Desta forma, o meu consultório funciona como um portal da espiritualidade.

Na TRE me utilizo de um portão - que peço para o paciente imaginar-, um recurso técnico que separa o plano terreno do plano espiritual, o presente do passado, funcionando realmente como um portal (Leia em meu site no site os meus artigos anteriores - O portal da espiritualidade 1, 2, 3, onde explico com mais detalhes a respeito desse portal).

Antes de passar pela 1ª sessão de regressão (a entrevista inicial) oriento o paciente a estar com a mente aberta, jogar fora o preconceito, o medo que algumas religiões colocaram em sua cabeça com relação aos espíritos, para que possa fazer suas próprias experiências e, com isso, tirar suas conclusões.

Caso Clínico:
Perda dolorosa de um filho.
Homem de 53 anos, casado, dois filhos (um falecido).


Veio ao meu consultório junto com a esposa, querendo entender o por quê de seu filho mais velho de 28 anos ter sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e ter falecido tão jovem.

O filho havia prestado vestibular para Medicina e o casal recebeu a notícia de que ele foi aprovado somente após a sua morte. Inconformados, tristes, sentindo impotência diante de uma perda tão inesperada, o casal me procurou querendo entender o motivo de ter perdido o filho e se, através dessa terapia, seria possível se comunicar com ele.
Esclareci que isso dependia da espiritualidade, dos Espíritos Superiores do Astral autorizarem, que a vida só permite um encontro entre um encarnado e um desencarnado quando esse encontro beneficia a ambos.
Ao regredir, o paciente me relatou: "Vejo num vale um senhor com um cajado na mão, barba e cabelos compridos, usando uma túnica branca".

- Aproxime-se desse senhor - peço ao paciente.
"Eu me ajoelho em frente a ele. Ele põe a mão na minha cabeça e, em seguida, me manda levantar.
Eu beijo a mãe dele, ele me passa muita paz, segurança. Eu já o vi em meus sonhos e também quando estou relaxado".

- Pergunte a esse senhor se ele é o seu mentor espiritual? - Peço ao paciente.
"Ele me pergunta: 'O que você acha'?
Eu acho que é, paciente responde.
O meu mentor me diz: "Não temais, meu filho, pela dor da vida".

- Que dor? - Pergunto ao paciente.
"O meu mentor responde: a dor do amor, do sofrimento, da perda, das preocupações.
Siga o seu caminho, tudo vai dar certo. O seu filho está bem, fale para sua esposa que ele está bem. Não temais, meu filho, eu estarei sempre com você"... Ele foi embora" (pausa).

- Vou contar de 4 a 1 e, após a contagem, veja se vem mais alguma informação - peço ao paciente.
"Estou vendo o meu filho de longe (paciente fala chorando).
Tento me aproximar dele, mas não consigo (é comum os Espíritos Superiores do Astral não permitirem uma aproximação maior entre ambos para não provocar um abalo emocional grande).
Ele está acenando para mim, no alto, num morro, ao lado de uma árvore. Ele me diz: "Estou bem, não chore! (paciente chora copiosamente).

- Pergunte ao seu filho se ele pode lhe dizer por que teve o AVC, foi embora tão cedo? - Peço ao paciente.
"Ele diz que foi a vontade de Deus, já estava escrito, e que não sofreu. Revela que está estudando no Astral, que está sendo preparado para ser um médico da alma, do Astral, e diz que está feliz".

- Pergunte ao seu filho se ele tem algo a dizer à sua esposa, mãe dele? (A esposa do paciente estava sentada assistindo à sessão de regressão).
"Fale para minha mãe não sofrer, quero vê-la feliz, eu a amo e tive o privilégio de ser filho dela. Dê também apoio ao meu irmão, ele vai vencer.
Fale para ele que estarei sempre ao seu lado. Fale também para minha esposa que tudo vai passar". (Paciente relata chorando).

Agora não o vejo mais, embora sinta sua presente. Estou voltando por um caminho, tem um lago, estou indo em direção ao portão inicial (é o portal da espiritualidade, que pedi para o paciente atravessar após o relaxamento).

Ao encerrarmos a sessão, o paciente comentou que quando estava subindo a escadaria (é outro recurso técnico que utilizo nessa terapia para o paciente voltar à sala de regressão) viu o rosto sereno de seu filho. Nesta terapia, é comum os seres desencarnados se apresentarem ao paciente mostrando apenas o rosto.

Na sessão seguinte, o paciente relatou: "Vejo a minha avó paterna preparando o seu cigarro de palha. Ela me diz: 'Deixa de ser bobo! A morte faz parte da vida, não é para ficar assim (paciente fala chorando).
Não é para ficar triste. Lembra quando seu pai morreu, falei para você ainda em vida, que ele estava melhor do que a gente, e que por isso não era para você chorar e nem ficar triste?' (Pausa).
Estou perguntando à minha avó por que levaram o meu filho?
Ela diz que eu não terminei o meu papel aqui na Terra".

- Pergunte à sua avó qual é o seu papel, sua missão? - Peço ao paciente.
"Ela diz que vou descobrir, que está todo mundo com o meu filho (meu pai, minha mãe, irmão, cunhada, minha sogra, a tia da minha esposa); portanto, ele não está sozinho". (pausa).
Estou pedindo para minha avó falar para o meu filho que sinto muito a falta dele. Ela diz que ele sabe, e que tudo vai ficar bem; para ter fé.
É para eu e a minha esposa não termos medo de rir, para sermos felizes, falar besteiras como ela sempre falou.
Ela está dizendo: "Se vocês ficaram é para viver a vida na plenitude, é uma bênção de Deus. Vocês nunca estarão sós. Todos nós olhamos por vocês".
Ela está dando agora um recado para minha esposa, dizendo que ela vai receber uma bênção, e que vai encontrar o seu caminho.
A minha avó fala que gosta muito de minha esposa, que eu sou sortudo.
Fala ainda que a minha esposa precisa confiar mais nela própria, seguir os seus instintos, não ter medo de nada, que ela é muito capaz. É para ela ir para a pintura, botar a beleza interior dela nos quadros e esperar o resultado.
Minha avó pede também para eu acreditar na minha família, diz que tem muita luz em minha casa, e que nascemos para sermos felizes".

- Pergunte à sua avó como ser feliz sem o seu filho...
"Ela fala que ele vai continuar conosco, que está apenas em outra dimensão, e que isso não impede dele ser feliz e nós também. Isso se chama sintonia de Deus. Pede pra gente viver a vida, parar de procurar a razão de tudo e aceitar a vida como ela é, pois isso acontece com todos os terrestres, e vai continuar por séculos e séculos. Esclarece que isso é o amor de Deus: a morte e a vida.

- A morte para vocês, que não acreditam nessa vida de luz que se passa aqui onde estamos e somos muito felizes", ela completa.
Perguntei para minha avó por que ela não me revelou tudo isso antes, pois sempre rezei para ela - paciente relata.
"Ela diz: tudo tem o seu tempo, você agora é merecedor. Está aprendendo a ser gente, ou seja, ser bondoso, sem ser bobo; sensível, entendendo a razão da vida, aceitando as pessoas como são e procurando pelo Deus verdadeiro".

- Pergunte-lhe o que é o Deus verdadeiro? - Peço ao paciente.
Ela me pergunta: "Você não sabe"?

- Eu respondo que não.
Ela diz: "É o Deus do mar, do vento, das florestas, da terra, do fogo, do céu, é o Deus em cada ser humano, independente de sua condição financeira, cultural ou cor da pele. É o Deus do amor em cada ser humano, é o Deus que empurra a carroça, que dorme na calçada, que faz grandes negócios, pois ele está dentro de cada um. Ele também está nos animais, insetos, nas estrelas, na lua, no sol, e você está aprendendo isso.
Vá embora, não titubeie! Comece a nova caminhada. Nós estamos com vocês. Eu falo em nome de todos que te amam. Ama sua esposa e o seu filho. Vai que eu quero pitar (fumar)!
Deus os abençoe!".

Ao final dessa sessão, enquanto pedia para o paciente subir os degraus da escadaria para 'retornar' ao meu consultório, ele me disse que estavam perfilados de um lado da escadaria todos os seus entes queridos desencarnados, ou seja, seus pais, irmão, cunhado e o seu filho, cada um num degrau, e do outro lado da escadaria, todos os entes queridos de sua esposa.


Palestra: Terapia Regressiva Evolutiva em SP
Curso de Formação em T.R.E. em SP

Osvaldo Shimoda é terapeuta, criador da Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), a Terapia do Mentor Espiritual - Abordagem psicológica e espiritual breve canalizada por ele através dos Espíritos Superiores do Astral. Ministra palestras e cursos de formação de terapeutas nessa abordagem. Ele atende em seu consultório em São Paulo. Fone: (11) 5078-9051, ou acesse seu Site.
Email: osvaldo.shimoda@uol.com.br